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Glossário
Expediente
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Biossegurança |
Refere-se ao conjunto de normas e procedimentos destinados a
evitar a entrada de agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos
e parasitas) no rebanho, bem como controlar sua disseminação
entre os diferentes setores ou grupos de animais dentro do sistema
de produção. Nesse capítulo serão abordados apenas os procedimentos
para evitar a entrada dos agentes no rebanho.
Isolamento
Localização da granja
Acesso
Embarcadouro/desembarcadouro de
suínos
Transporte de animais
Transporte de rações e insumos
Introdução de animais na granja
Origem dos animais
Quarentena
Adaptação
Controle de vetores
Roedores
Insetos
Destino de animais mortos
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Isolamento |
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Do ponto de vista sanitário é indispensável que o sistema de
produção esteja o mais isolado possível, principalmente de outros
criatórios ou aglomerados de suínos, de maneira a evitar ao
máximo a propagação de doenças.
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Localização da granja |
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Escolher um local que esteja distante em, pelo menos, 500m de
qualquer outra criação ou abatedouro de suínos e pelo menos 100m de estradas
por onde transitam caminhões com suínos. Isto é importante, principalmente,
para prevenir a transmissão de agentes infecciosos por via aérea e através
de vetores como: roedores, moscas, cães, gatos, aves e animais selvagens.
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Acesso |
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Não permitir o trânsito de pessoas e/ou veículos no local sem prévia autorização. Colocar placa indicativa da existência da
granja no caminho de acesso e no portão a indicação "Entrada Proibida".
A granja deve ser cercada e a entrada de veículos deve ser proibida, exceto para reformas da granja e, nesses casos, os veículos devem
ser desinfetados com produto não corrosivo.
· Portaria
Utilizar a portaria como único local de acesso de pessoas à granja. Construir a portaria, com escritório e banheiro junto
à cerca que contorna a granja, numa posição que permita controlar
a circulação de pessoas e veículos. O banheiro deve possuir
uma área suja, chuveiro e uma área limpa, onde devem ficar as
roupas e botas da granja para que o fluxo entre as áreas seja
possível apenas pelo chuveiro. Dependendo do tamanho da granja,
torna-se necessário a construção de uma cantina, anexo a portaria,
para refeições dos funcionários.
· Cercas
Cercar a área que abriga a granja, com tela de pelo menos 1,5m de altura para evitar o livre acesso de pessoas, veículos
e outros animais. Essa cerca deve estar afastada a, pelo menos, 20m das instalações.
· Barreira vegetal
Fazer um cinturão verde (reflorestamento ou mata nativa), a
partir da cerca de isolamento, com uma largura de aproximadamente
50m. Podem ser utilizadas espécies de crescimento rápido (pinus
ou eucaliptos) plantadas em linhas desencontradas, formando um
quebra-vento.
· Introdução de equipamentos
Avaliar previamente qualquer produto ou equipamento que necessite
ser introduzido na granja, em relação à possível presença de
agentes contaminantes. Em caso de suspeita de riscos de contaminação,
proceder uma desinfecção antes de ser introduzido na granja.
Para isso, deve-se construir um sistema de fumigação junto à
portaria.
· Entrada de pessoas
Os funcionários devem tomar banho e trocar a roupa todos os
dias na entrada da granja e serem esclarecidos sobre os princípios
de controle de doenças para não visitarem outras criações de
suínos.
Restringir ao máximo as visitas ao sistema de produção. Não
permitir que pessoas entrem na granja antes de transcorrer um
período mínimo de 24 horas após visitarem outros rebanhos suínos,
abatedouros ou laboratórios. Exigir banho e troca de roupas
e manter um livro de registro de visita, informando nome, endereço,
objetivo da visita e data em que visitou a última criação, abatedouro
ou laboratório.
· Veículos
Os veículos utilizados dentro da granja (ex.: tratores) devem
ser exclusivos. Os caminhões de transporte de ração, insumos
e animais não podem ter acesso ao complexo interno da granja,
sendo proibida a entrada de motoristas. Para evitar a entrada
de veículos para transporte de dejetos, o sistema de tratamento
e armazenamento dos dejetos deve ser construído externamente
à cerca de isolamento.
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Embarcadouro/desembarcadouro de suínos |
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Deve ser construído junto à cerca de isolamento a pelo menos 20m das pocilgas. O deslocamento dos suínos entre as instalações,
e das instalações até o embarcadouro (e vice-versa), deve ser feito
por corredores de manejo.
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Transporte de animais |
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O transporte de animais deve ser feito em veículos apropriados,
preferencialmente de uso exclusivo. Os caminhões devem ser lavados
e desinfetados após cada desembarque de animais.
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Transporte de rações e insumos |
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O transporte de insumos e rações deve ser feito com caminhões
específicos, preferencialmente do tipo graneleiro. Não usar caminhões
que transportam suínos. O descarregamento de rações ou insumos
deve ser feito sem entrar no perímetro interno da granja. Caso
exista fábrica de rações, esta deve estar localizada junto à cerca
de isolamento. Sempre que os silos forem esvaziados devem ser
limpos e desinfetados.
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Introdução de animais na granja |
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Os cuidados na introdução de animais no sistema de produção representam,
juntamente com o isolamento, as barreiras mais importantes para
a prevenção do surgimento de problemas de ordem sanitária no rebanho.
A introdução de uma doença no rebanho geralmente ocorre por meio
da introdução de animais portadores sadios, no processo normal
de reposição do plantel. Portanto, deve-se ter cuidados especiais na aquisição desses animais.
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Origem dos animais |
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Adquirir animais e sêmen, para formação do plantel e para reposição
somente de granjas com Certificado GRSC (Granja de Reprodutores
Suídeos Certificada), conforme legislação (Instrução Normativa
19 de 15 de fevereiro de 2002) da Secretaria de Defesa Agropecuária-Mapa,
que define que toda granja de suídeos certificada deverá ser livre
de peste suína clássica, doença de Aujeszky, brucelose, tuberculose,
sarna e livre ou controlada para leptospirose. Define, também,
as doenças de certificação opcional que são: rinite atrófica progressiva,
pneumonia micoplásmica, e disenteria suína. Na compra de animais
para povoamento ou reposição do plantel, exigir do fornecedor
cópia do Certificado de granja GRSC e verificar a data de validade
do mesmo (Referência n° 11).
Preferencialmente, adquirir animais procedentes de uma única origem
sempre no sentido granja núcleo -> multiplicadora -> granja
comercial. A aquisição de animais de mais de uma origem aumenta
as chances de introdução de novos problemas sanitários.
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Quarentena |
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O objetivo da quarentena é evitar a introdução de agentes patogênicos
na granja. É realizada através da permanência dos animais em instalação
segregada por um período de pelo menos 28 dias antes de introduzi-los
no rebanho. O ideal é que a instalação seja longe (mínimo de 500m) do sistema de produção e separada por barreira física (vegetal).
Como a forma mais comum de entrada de doenças nas granjas é através
de animais portadores assintomáticos, esse período serve para
realização de exames laboratoriais e, também, para o acompanhamento
clínico no caso de incubação de alguma doença. Durante a quarentena
os animais e as instalações devem ser submetidos à tratamento
contra ecto e endo parasitas, independente do resultado dos exames.
Esse período pode ser distendido no caso de necessidade de vacinação
ou por outro motivo específico.
As instalações do quarentenário devem permitir limpeza, desinfecção
e vazio sanitário entre os lotes, mantendo equipamentos e, quando
possível, funcionários exclusivos.
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Adaptação |
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Este período serve para adaptar os animais ao novo sistema de
manejo e à microbiota da granja. A falta de imunidade contra os
agentes presentes na granja pode levar os animais a adoecerem.
A primeira providência é abrir uma ficha de controle dos procedimentos
de adaptação, vacinação e anotação de cio para cada lote de fêmeas.
Após, introduzir os animais no galpão de reposição e adotar os
procedimentos para adaptação aos microorganismos do rebanho, geralmente
a partir de 5,5 a 6,0 meses de idade.
· Adaptação dos animais
aos microorganismos
Colocar uma ou duas pás de fezes de porcas pluríparas por dia, em cada
baia, durante 20 dias consecutivos. Colocar fetos mumificados (pretos) nas
baias das leitoas até 15 dias antes de iniciaram a fase de cobrição. Iniciar a vacinação dos animais conforme programa pré-estabelecido pelo veterinário, logo após sua acomodação na granja.
· Espaço de alojamento
Propiciar espaço mínimo de 2m2 por leitoa, alojando-as
em baias com 6 a 10 animais. Alojar os machos recém chegados na granja em
baias individuais com espaço mínimo de 6m2.
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Controle de Vetores |
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A transmissão de doenças por vetores como roedores, moscas, pássaros
e mamíferos silvestres e domésticos deve ser evitada ao máximo.
Entre as medidas gerais de controle estão: a cerca de isolamento; o
destino adequado do lixo, dos animais mortos, de restos de parição
e de dejetos; a limpeza e organização da fábrica e depósito de
rações e insumos e dos galpões e arredores.
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Roedores |
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O primeiro passo para evitar roedores é criar um ambiente impróprio
para a proliferação dos mesmos, ou seja, limpeza e organização,
eliminando os resíduos e acondicionando bem a ração e os ingredientes.
O combate direto pode ser realizado através de meios mecânicos
como a utilização de armadilhas e ratoeiras ou através de produtos
químicos (raticidas), os quais devem ser empregados com cuidado
(dispositivos apropriados) para evitar intoxicação dos animais
e operadores. Essa desratização deve ser repetida a cada seis
meses para evitar a superpopulação de roedores.
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Insetos |
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Para o controle de moscas, recomenda-se o "controle integrado"
que envolve medidas mecânicas direcionadas ao destino e tratamento
de dejetos, o qual deve ser realizado permanentemente, somado
ao controle químico ou biológico que eliminam o inseto em alguma
fase do seu ciclo de vida. Sempre que houver aumento da população
de insetos na granja, em especial de moscas, deve-se procurar
e eliminar os focos de procriação (Referência
n° 30).
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Destino de animais mortos |
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Todo sistema de produção acumula carcaças de animais mortos e
restos de placentas, abortos, umbigos e testículos que precisam
ter um destino adequado para evitar a transmissão de agentes
patogênicos, a atração de outros animais, a proliferação de moscas,
a contaminação ambiental e o mau cheiro, além de preservar a saúde
pública. A quantidade desses resíduos depende do tamanho da criação
e da sua taxa de mortalidade, portanto, deve ser estimada individualmente,
para cada rebanho.
Existem várias formas de destino para esse material como:
a) a compostagem que é um método eficiente, resultado da ação
de bactérias termofílicas aeróbias sobre componentes orgânicos
(carcaças e restos), misturados à componentes ricos em carbono
(maravalha, serragem ou palha), portanto, a mais recomendada;
b) a fossa anaeróbia que apresenta problemas de operacionalização
e odor forte e
c) a incineração, que é sanitariamente adequado, mas com alto
custo ambiental e custo financeiro incompatível com a suinocultura
(Referência n° 31).
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